sábado, 3 de abril de 2010

Tão distante, tão próximos..

Ah, gostei muito dessa história da Lia Zatz. Muito simples e muito boa. Conta a história de João, um homem comum, de hábitos comuns, como muitos. E ao mesmo tempo, conta a história do Sultão, homem rico, que tem tudo o que deseja, como poucos.

O jeito que as duas histórias são contadas é muito original: na mesma página, é contado um pouco de cada um. Um pequeno texto sobre um e, do avesso, de cabeça pra baixo, um pequeno texto sobre o outro. Na página ao lado, a ilustração é a mesma para descrever os dois textos: de um lado ilustra o texto de um, virando de cabeça pra baixo, a ilustração se refere ao outro texto. Dessa forma original, reforça-se o contraste do título, mas paradoalmente, em vez de distanciá-los, só os aproxima. Afinal, suas histórias dividem a mesma página, e temos um só desenho servindo pras duas histórias, a princípio tão distintas.

E é essa distinção, que no início parece gigante, separada pelo dinheiro e pelas origens radicalmente diferentes dos dois personagens, que o leitor vai percebendo, ao longo, que nem é tão radical assim... e é isso que os dois personagens percebem ao final do livro. Tão humanos, os dois...

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